quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Saber que Nada Sei



  Já desde a algum tempo me venho apercebendo de coisas que hoje me são óbvias e ausentes de qualquer tipo de enigma conceptual, e que anteriormente julgava como monstros escondidos numa caverna fria, qual Adamastor. Na minha cabeça, para atingir uma nova fase do conhecimento, para ir de encontro a esse óbvio escondido na caverna, tinha de agir como um guerreiro destemido, armado de espada, escudo e, mais importante que qualquer dos outros dois elementos, bravura, coragem e abertura para absorver os ensinamentos da batalha. A vontade, de facto, é o melhor impulso para a aprendizagem, o trampolim para o salto por cima de um muro que aparente ter mais altura do que realmente tem.
  Sócrates já me tinha dito ao ouvido uma frase, uma frase que foi passando de boca em boca, de ouvido em ouvido, de obra em obra, e hoje é das citações que considero mais relevantes para entender o conhecimento, e acalmar as frustrações de indivíduos que se vêem como o topo da tabela intelectual, e essa arrogância e presunção é o seu pecado. Humildade é a chave, é o sentimento mais valoroso. Ao aceitarmos humildemente que não sabemos tudo, dá-nos a fabulosa oportunidade de poder saber mais, respeitando assim, a nossa neotenia, o nosso não acabamento, que faz de nós dos seres mais fascinantes e surpreendentes do universo até hoje conhecido.

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