quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Forca

Nada fiz...
Esse é o meu julgamento.
Tudo quis,
mas foi apenas em pensamento.

Enlaço a minha própria corda,
é esse o meu fado, a minha sorte...
Só assim a minha alma acorda:
Se a sacudir com a morte.

O meu pescoço marcado assa,
mas é pouco sofrimento para a consciência.
Ela apenas quer algo que não passa:
Quer a minha própria displicência.

André Ortega

23/05/2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

Não Sei

Mente minha, mente minha…
Cansada andas das tribulações.
Meu corpo pelo mesmo caminha,
saturado de passeios e procissões.

Não sinto dor, nem sei se sinto.
Dormência da vontade que entristece.
Sem cores, não sei se pinto
o bipolar vazio que permanece.

E que sonhos infinitos procrio,
tantas janelas para uma só porta…
E, hoje, não sei se me encho ou esvazio,
desse qualquer nada que me suporta.

Não sei se me encaro
ou se me minto.
Cada palavra a mais me envelhece…

Apenas sei que pagarei caro,
por criar em mim o labirinto,
de quem teve tudo aquilo que não merece.


André Ortega
2/05/2011