sábado, 2 de julho de 2011

Calabouço

Porque vejo o que não quero?
Porque me deixo consumir?
Quero desvendar o que é mistério,
quero num nevoeiro me diluir.

Quero ser procurado,
e sentir o prazer de não ser achado,
como um enigma se deve sentir
por nunca ser solucionado.

Quero ser um fantasma
mas quero que de mim se lembrem.
O meu corpo continuará no calabouço,
preso às correntes que eu próprio criei.


André Ortega
01/07/2011

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