De passagem passam seres vazios,
com a mão no bolso porque temem.
E aquilo que os faz ser tão frios,
está nessa algibeira, doentios
dedos que a si mesmos ferem.
Naquele apertar, naquele papel.
E quem sou eu nesta postura?
Deitado, ensanguentado,
a viver em passeios de sujidade...
E sempre a mim fui fiel...
Apenas nunca estive a altura
desse ar sem orgulho, pois foi vendido,
prefiro ficar no entulho, fortalecido
contra tal fútil e mediocridade...
E contempla bem o meu olhar,
pois sei que te enojo e te repugno...
Mas mais repugnante é ver que o teu nada tem.
Preenchido por nada, esse olhar é turvo,
sem amor nem vida... sem ninguém.
André Ortega
03/03/2011
Falo de cor, mas é um dos meus preferidos, senão mesmo o preferido. É que nutro um carinho especial por estas histórias relacionadas com mendigos, e o poema foi muito bem tirado.
ResponderEliminarJá li os dois argumentos! O cubo mágico está bom, mas gostei mais do Io-Io. O final que retoma a ideia inicial dá um looping super engraçado, e muito interessante :D
Este é o meu preferido baby, nem sei dizer porque, está tão sentido!!! acho que é o poema onde te sinto mais, se é que me faço entender...
ResponderEliminara caminho dos 50 :D :D :D
Está mesmo lindo, dá voz ás pessoas com quem me cruzo todos os dias ;)parabéns mano
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