Um caminho sem rumo,
sem meta, só partida.
Lugar coberto de fumo,
de álcool e de ferida.
Porquê ser mais um,
quando posso muitos ser?
Acabo por não ser nenhum,
e no fundo nada ter...
Apenas sei que a vida se afasta,
e ela própria a mim arrasta,
sem dó nem misericórdia.
E a solidão é o que mais custa,
a aquecer o coração, que ilustra
esta noite frígida de insónia.
André Ortega
Pensa... para quê teres olhos e visão? Se constantemente vês com olhares alheios. Vê o mundo com os teus olhos, como tu o queres ver. Se o vires como os outros já não és tu que o vês...
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Sonolência
Pestanas que se juntam,
pálpebras que mergulham
sobre olhos que se cansam
mas não fecham, pois quando avançam
são ressuscitados com agulhas.
Sei que não devo a esta hora,
mas tal coisa não escolhe tempo.
Quem manda querer ver aurora,
e resistir a ela que me devora
pouco a pouco... lentamente.
E por mais que sol veja,
ele já me conhece, sabe que sou assim...
Apaixonado pela lua, que me beija,
faz com que a Sonolência, com inveja,
me assole na manhã incandescente sem fim.
André Santos
pálpebras que mergulham
sobre olhos que se cansam
mas não fecham, pois quando avançam
são ressuscitados com agulhas.
Sei que não devo a esta hora,
mas tal coisa não escolhe tempo.
Quem manda querer ver aurora,
e resistir a ela que me devora
pouco a pouco... lentamente.
E por mais que sol veja,
ele já me conhece, sabe que sou assim...
Apaixonado pela lua, que me beija,
faz com que a Sonolência, com inveja,
me assole na manhã incandescente sem fim.
André Santos
domingo, 24 de outubro de 2010
Porquê?
Porquê? É a pergunta mais frequente,
de quem de outra maneira sente.
Castigos, já foram muitos...
mas todos eles pareceram poucos,
sem força, arrasados e roucos...
Grito para o vazio e nada se ouve,
tudo se dissipa quando em ti penso...
Não preciso de nada, nem de lenço,
sei que para ti não foi nada de novo...
Queria que sentisses apenas metade
da dor que foge, do rancor que se solta...
E sei que ficarás pouco à vontade,
quando a culpa te manchar o rosto, e a humidade
surgir no coração gélido que não volta...
André Santos
de quem de outra maneira sente.
Castigos, já foram muitos...
mas todos eles pareceram poucos,
sem força, arrasados e roucos...
Grito para o vazio e nada se ouve,
tudo se dissipa quando em ti penso...
Não preciso de nada, nem de lenço,
sei que para ti não foi nada de novo...
Queria que sentisses apenas metade
da dor que foge, do rancor que se solta...
E sei que ficarás pouco à vontade,
quando a culpa te manchar o rosto, e a humidade
surgir no coração gélido que não volta...
André Santos
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Poema Épico I
Voltando atrás no tempo,
vendo Aquiles de pés velozes
aniquilar Heitor, grande guerreiro,
sem piedade, golpes vis e atrozes.
Mas com flechas e calcanhares,
Tróia não cai antes de Aquiles.
Apenas quando Ulisses,
astuto, de mil olhares,
resolve dar um Cavalo como brinde.
E, notando na Terra
que Atlas carrega
no Tártaro, profundezas de Hades.
Desejava viver mil aventuras
como Hércules, e ser gravura
de cem mitos e cem verdades.
Mas caminho numa sociedade
sem Heróis nem magia...
Onde o ser já não se enaltece com poesia,
mas com um papel que se diz com valor...
Oxalá tudo voltasse à época da criação,
que tudo era comandado pela imaginação.
André Santos
18/10/2010
vendo Aquiles de pés velozes
aniquilar Heitor, grande guerreiro,
sem piedade, golpes vis e atrozes.
Mas com flechas e calcanhares,
Tróia não cai antes de Aquiles.
Apenas quando Ulisses,
astuto, de mil olhares,
resolve dar um Cavalo como brinde.
E, notando na Terra
que Atlas carrega
no Tártaro, profundezas de Hades.
Desejava viver mil aventuras
como Hércules, e ser gravura
de cem mitos e cem verdades.
Mas caminho numa sociedade
sem Heróis nem magia...
Onde o ser já não se enaltece com poesia,
mas com um papel que se diz com valor...
Oxalá tudo voltasse à época da criação,
que tudo era comandado pela imaginação.
André Santos
18/10/2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Hoje
Hoje, dia um a partir de ontem,
acordo com vontade de saber
para onde vai e de onde vem
esse teu nada para dizer.
Chego do passado para o presente,
procurando por um futuro.
Nada sei, não sou vidente,
caminho sem cessar, crente
que no lugar certo perduro...
E julgar que já caminhei
sem saber tê-lo feito...
É ser soberano sem ser rei,
ser um sonho sem conceito.
André Santos
6/10/2010
acordo com vontade de saber
para onde vai e de onde vem
esse teu nada para dizer.
Chego do passado para o presente,
procurando por um futuro.
Nada sei, não sou vidente,
caminho sem cessar, crente
que no lugar certo perduro...
E julgar que já caminhei
sem saber tê-lo feito...
É ser soberano sem ser rei,
ser um sonho sem conceito.
André Santos
6/10/2010
sábado, 2 de outubro de 2010
Silêncio
Podendo escutar meio mundo,
recuso fazê-lo, não por teimosia.
Mas por achar que o mais profundo
está no espaço mais suave que conhecia.
Muita gente o teme,
medo do que ele as possa trazer.
Com ele eu tudo escuto e nada me fere,
oiço as pedras do chão, os pingos da chuva a bater...
Estou sozinho, só com os pensamentos,
que me fazem ver de longe o que mais anseio.
A crónica de quem espera e nunca veio
resgatar os momentos guardados na gema...
Por me inundar com essa bravura que pára o tempo
Agradeço a ti, oh Silêncio, por seres a razão deste poema.
André Santos
03/10/2010
recuso fazê-lo, não por teimosia.
Mas por achar que o mais profundo
está no espaço mais suave que conhecia.
Muita gente o teme,
medo do que ele as possa trazer.
Com ele eu tudo escuto e nada me fere,
oiço as pedras do chão, os pingos da chuva a bater...
Estou sozinho, só com os pensamentos,
que me fazem ver de longe o que mais anseio.
A crónica de quem espera e nunca veio
resgatar os momentos guardados na gema...
Por me inundar com essa bravura que pára o tempo
Agradeço a ti, oh Silêncio, por seres a razão deste poema.
André Santos
03/10/2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)